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O Uso Saudável das Redes Sociais na Adolescência: O Que Pais Precisam Saber para Proteger Seus Filhos

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O Uso Saudável das Redes Sociais na Adolescência: O Que Pais Precisam Saber para Proteger Seus Filhos

 

Por Eduardo Gonçalves

Nunca foi tão fácil se conectar — e tão difícil proteger adolescentes dos efeitos colaterais da hiperexposição digital. As redes sociais, presentes no cotidiano da maioria dos jovens, são hoje espaços de socialização, expressão e pertencimento. No entanto, quando seu uso se torna excessivo ou desregulado, os impactos emocionais podem ser profundos e, muitas vezes, silenciosos.

Para muitos pais, entender esse novo cenário é um desafio. Afinal, como equilibrar liberdade e proteção? Como evitar os riscos sem cair no controle excessivo?

Do ponto de vista psicológico, a adolescência é uma fase marcada pela busca de identidade, validação e pertencimento social. As redes, nesse contexto, funcionam como espelhos digitais: os adolescentes observam, comparam, produzem e se moldam a partir do que veem. A cada curtida, comentário ou visualização, há um reforço — positivo ou negativo — que influencia diretamente sua autoestima e autopercepção.

Segundo especialistas em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), o uso intenso das redes pode reforçar pensamentos disfuncionais e distorções cognitivas, como a comparação constante, a sensação de inadequação e a ideia de que “todos têm uma vida melhor que a minha”. Isso pode contribuir para quadros de ansiedade, depressão e isolamento, principalmente entre jovens mais vulneráveis.

O psicóloga Eduardo Gonçalves, explica: “O problema não está nas redes em si, mas na forma como são usadas. Quando o jovem começa a depender do ambiente virtual para sentir que tem valor, perde-se a construção de um senso de identidade mais sólido e autêntico. É aí que surgem os riscos emocionais.”

Outro fator de preocupação é o impacto da exposição a conteúdos violentos, sexualizados ou inapropriados, além do cyberbullying, que muitas vezes passa despercebido pelos adultos. A dor de um comentário maldoso ou de uma exclusão online pode ser tão intensa quanto a de uma agressão física — e seus efeitos podem se arrastar por anos.

A Terapia do Esquema, abordagem que foca nos padrões emocionais formados na infância e adolescência, alerta para a formação de esquemas de exclusão social, deficiência de autoestima e busca por aprovação. Esses esquemas podem se intensificar com o uso desregulado das redes, especialmente quando o jovem já apresenta baixa autoestima ou insegurança.

Mas como os pais podem agir?

A primeira resposta é: com presença, não com vigilância. Estar disponível para conversas sinceras, sem julgamentos, é o primeiro passo para construir um espaço seguro. É importante demonstrar interesse pelo universo digital dos filhos, conhecer as plataformas que usam, os influenciadores que seguem e os tipos de conteúdo que consomem.

Além disso, estabelecer limites claros e saudáveis — como tempo de uso, horários e regras para o uso do celular à noite — ajuda a estruturar o senso de responsabilidade digital. O diálogo deve vir acompanhado de orientação: explicar por que certos cuidados são importantes faz toda a diferença.

Mais do que restringir, é essencial ensinar o uso crítico das redes. Estimular o jovem a refletir sobre o que consome, o que compartilha e o impacto emocional das interações online é uma forma eficaz de promover autonomia e consciência digital.

Também é recomendável que os pais fiquem atentos a sinais de alerta: mudanças bruscas de humor, isolamento, queda no rendimento escolar, alterações no sono ou alimentação podem indicar que algo não vai bem. Nesse caso, o apoio psicológico pode ser fundamental.

Em um mundo cada vez mais digital, proteger os filhos não significa afastá-los da tecnologia — mas sim prepará-los para navegar com segurança, consciência e equilíbrio. O uso saudável das redes começa com vínculos reais, diálogo aberto e presença afetiva.

 

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